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01/01/1970 00:00:00

Falta uma semana para o dia D nos mercados. Entenda o que está emperrando a bolsa

Saldo do Dia: O Ibovespa avançou com o capital estrangeiro ainda fugindo do risco-Trump nos EUA. Mas a liquidez da carteira seguiu fraca, no menor patamar em cinco anos. Com a apatia do investidor doméstico, por quanto tempo o fluxo de recursos para o Brasil vai se sustentar?

01/01/1970 00:00:00

A próxima quarta-feira, dia 2 de abril, marca o dia D para os mercados. É nesta data, daqui uma semana, que a tarifação recíproca decretada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve entrar em vigor.

Desde que foi anunciada, Trump já ameaçou revisar a proposta algumas vezes.

Ora mais abrangente e rigorosa contra seus alvos, ora possivelmente restrita a alguns setores ou focada em alguns parceiros comerciais. Fato é que a incerteza que toma os redutos financeiros de Nova York coloca em xeque a crença numa “era de ouro” nos EUA liderada pelo republicano.

Quem ainda tem se beneficiando desse cenário é o Brasil. Mas o movimento de realocação do capital está perdendo força, e o retrato da bolsa nesta quarta (26) é prova disso.

O Ibovespa avançou 0,34% e alcançou os 132.520 pontos. Nesta semana, pisou no campo positivo, com ganho acumulado de 0,13%. No mês de março, está com saldo positivo de quase 8%, e, neste ano, de 10,17%.

Com a rotação do capital global, a bolsa brasileira virou um dos refúgios dos investidores de risco com mandatos para alocação em ações. Até porque um dos maiores concorrentes brasileiros entre os mercados emergentes, o México, cambaleia por ser próximo demais dos EUA.

Mas, tenha uma cara ou outra, a medida tarifária em si fica em segundo plano diante da incerteza sobre o que Trump realmente irá fazer. E se tem algo que o investidor detesta é a falta de visibilidade, que impede a adoção de uma tese em que apostar.

Por isso, é preciso ter em conta que o fluxo global para mercados que representam maior risco (nosso caso) não é tão expressivo assim.

Por aqui, o giro financeiro do índice seguiu abaixo da média diária dos últimos 12 meses, de R$ 16,3 bilhões - lembrando que a liquidez da bolsa está no menor nível desde 2019. Hoje, o movimento da carteira foi de R$ 15,7 bilhões.

Gestores mundo afora colocaram o pé no freio, e os ativos que realmente estão bombando nos últimos meses não são as ações, e sim aqueles de proteção das carteiras - caso do ouro e de moedas fortes.

O dólar comercial avançou 0,42%, a R$ 5,73. Na semana, está com ganho de 0,27% contra o real. Já no mês de março, desvalorizou 3,1% frente à moeda brasileira e, no ano, acumula perdas de 7,2%.

A corrida para a renda fixa americana, enquanto Trump ameaça novas tarifas incrementais - agora tendo o cobre e automóveis importados na mira - é outro gatilho que tende a fortalecer a moeda americana.

Durante a tarde, executivos do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) indicaram que o ambiente doméstico e externo, em meio aos tarifaços impostos pelo presidente americano, tende a pressionar a inflação. E pode se tratar de um cenário não transitório.

A sinalização sugere a manutenção das taxas de juros altas por mais tempo lá fora, o que sustenta esse papel dos títulos do Tesouro dos EUA como uma espécie de draga de recursos globais.

Acompanhando esse cenário e com imbróglios internos para resolver sobre o controle da inflação enquanto o governo lança pacotes de estímulo ao crédito, as apostas para os juros subiram por aqui.

A taxa de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 saiu de 15,12% para 15,15% ao ano. Prêmios em contratos de curto prazo estão mais ligados às expectativas dos investidores para a Selic.

No médio prazo, os retornos da taxa para janeiro de 2029 oscilaram de 14,74% para 14,90% ao ano.
Já para janeiro de 2036, a taxa foi de 14,71% para 14,85%. Vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com calote do governo.

Investidor apático, bolsa emperrada

Das 87 ações que compõem a carteira teórica do índice atualmente, 50 avançaram neste pregão.

O tímido movimento do principal índice de ações do Brasil não é compatível com a valorização da maior parte da sua carteira nesta sessão.

Isso acontece porque, apesar da correção nas ações de muitas exportadoras de commodities - como as petroleiras, que acompanharam o petróleo hoje -, o investidor de bolsa segue apático. Então o volume movimentado pelos papéis pesos-pesados da carteira não foi tão expressivo.

A edição de março da pesquisa da XP com assessores filiados mostrou que o sentimento em relação a ações permaneceu praticamente estagnado em relação a fevereiro, apesar da recuperação da bolsa nesse período.

De acordo com o mapeamento, o apetite por investimento em renda variável caiu 4 pontos percentuais, com 16% dos assessores indicando que seus clientes planejam aumentar a exposição à bolsa, enquanto 15% planejam diminuí-la (recuo de 2 pontos percentuais na base mensal).

A XP destaca no relatório que a renda fixa permanece como a classe de ativo preferida entre os clientes, enquanto o interesse por ações diminuiu. O quadro é atribuído a preocupações com riscos fiscais, a elevação dos juros domésticos e a instabilidade política.

Por outro lado, o sentimento do investidor em relação à bolsa do Brasil teve uma melhora de 3 pontos percentuais em março ante fevereiro. 40% dos investidores atribuíram nota 7 ou mais para o mercado de renda variável. Mas considerada a média de todas respostas, investidores dão nota 5,9 para a bolsa. Ligeiramente acima do nível de 5,8 do mês passado, mas ainda insuficiente para passar de ano.

Já em relação às projeções para o Ibovespa, a média aponta para uma estimativa do índice nos 129 mil pontos para o final de 2025, o que representa uma perspectiva de praticamente estagnação considerando os níveis do índice quando a pesquisa foi rodada.

Então, se os sinais na bolsa ainda não eram suficientes para provar a falta de interesse de agentes do mercado financeiro pela renda variável no Brasil, a verbalizada apatia dos investidores dá conta desse recado.

Veja tudo sobre os balanços e outros indicadores financeiros, além de todas as notícias sobre a empresa, no Valor Empresas 360.

Movimento das ações do Ibovespa em 26/3/2025

CódigoNomeAberturaMínimaMédiaMáximaFechamentoVar. %
BRKM5BRASKEM PNA10,9010,8711,6412,2611,789,68
BRAV3BRAVA ON22,0021,9523,1923,6723,336,63
VAMO3VAMOS ON5,024,945,195,325,276,25
ASAI3ASSAI ON7,567,567,908,098,005,26
RENT3LOCALIZA ON33,4233,4234,7135,2434,824,75
MRVE3MRV ON5,105,085,265,355,254,17
PRIO3PETRORIO ON39,2039,1240,6441,2840,623,91
PCAR3P.ACUCAR - CBD ON2,652,652,722,762,733,80
CVCB3CVC BRASIL ON2,292,242,312,402,333,10
RECV3PETRORECSA ON16,4316,3916,7816,9616,872,80
VIVA3VIVARA ON19,1619,1619,7820,0619,642,51
RDOR3REDE D OR ON28,5928,1828,7529,0629,012,47
CXSE3CAIXA SEGURI ON14,8014,7915,0315,1615,122,23
VIVT3TELEF BRASIL ON49,0848,8549,8950,5250,112,12
TIMS3TIM ON17,3917,3217,6617,8217,661,96
IRBR3IRBBRASIL RE ON51,4951,2952,2453,0052,621,90
AZZA3AZZAS 2154 ON23,7923,4524,0024,4224,231,85
BBDC3BRADESCO ON11,6711,5711,7411,8111,791,73
NTCO3GRUPO NATURA ON9,909,8810,1110,3310,061,72
BBDC4BRADESCO PN12,9812,9013,0713,1513,071,63
BBAS3BRASIL ON28,5028,3728,7428,8728,811,19
CMIN3CSN MINERACAO ON6,356,286,356,406,401,11
CYRE3CYRELA REALT ON23,7323,6424,0824,3823,991,10
PETR3PETROBRAS ON40,9440,7341,1641,4641,061,06
LREN3LOJAS RENNER ON12,6312,6012,7912,9412,631,04
PETR4PETROBRAS PN37,1537,1537,4537,6337,390,94
GGBR4GERDAU PN17,2917,2817,4117,5017,470,87
CCRO3CCR SA ON11,8911,8811,9512,0811,890,85
CSAN3COSAN ON7,697,597,677,777,710,78
GOAU4GERDAU MET PN9,609,609,669,709,660,73
CPLE6COPEL PNB10,5510,4710,5610,6110,560,67
SANB11SANTANDER BR UNIT27,0026,9827,3427,5327,250,66
BBSE3BB SEGURIDADE ON40,0139,6640,0440,2040,130,65
BRAP4BRADESPAR PN18,0518,0418,2718,3918,240,61
VALE3VALE ON57,4057,3957,7258,0457,690,61
VBBR3VIBRA ON17,6217,5917,9218,1417,720,57
COGN3COGNA ON1,941,911,941,981,940,52
AURE3AUREN ON7,797,757,837,917,810,51
USIM5USIMINAS PNA5,895,885,925,955,930,51
FLRY3FLEURY ON11,7911,6511,8212,0111,810,43
B3SA3B3 ON12,4012,3212,4312,6112,380,35
MULT3MULTIPLAN ON23,1823,0723,2923,6023,110,35
CSNA3SID NACIONAL ON10,019,909,9710,069,980,30
MGLU3MAGAZINE LUIZA ON10,5810,3110,5110,7410,490,29
TAEE11TAESA UNIT33,9233,8933,9934,0734,000,24
SUZB3SUZANO S.A. ON53,4453,1153,3753,8253,520,21
RAIL3RUMO S.A. ON17,1416,9717,0917,3017,080,18
UGPA3ULTRAPAR ON17,8417,7217,8618,0617,720,17
KLBN11KLABIN S/A UNT19,0619,0119,1619,2819,140,16
ALOS3ALLOS ON19,7419,4719,5919,8619,530,05
HAPV3HAPVIDA ON2,222,212,232,282,230,00
LWSA3LWSA ON2,732,702,732,772,720,00
RAIZ4RAIZEN PN1,871,861,891,901,890,00
EGIE3ENGIE BRASIL ON39,0838,5238,8139,0838,71-0,05
RADL3RAIA DROGASIL ON19,2618,7418,9819,3319,17-0,05
PSSA3PORTO SEGURO ON42,0041,4441,7442,0841,84-0,10
EQTL3EQUATORIAL ON32,9932,5532,7333,0932,81-0,12
ISAE4ISA ENERGIA PN22,9922,7022,7822,9922,80-0,18
CRFB3CARREFOUR BR ON7,447,367,377,447,38-0,27
CMIG4CEMIG PN10,6510,3710,4510,6610,46-0,28
CPFE3CPFL ENERGIA ON38,6038,3038,5138,7838,42-0,31
IGTI11IGUATEMI S.A UNT19,0618,8419,0619,3518,91-0,37
ELET6ELETROBRAS PNB45,3044,5244,9045,4045,02-0,38
BPAC11BTGP BANCO UNT35,8035,0235,3435,8035,32-0,39
BRFS3BRF SA ON19,9419,4719,6820,1019,72-0,45
SBSP3SABESP ON102,58101,40101,86102,60101,58-0,51
STBP3SANTOS BR PART ON13,3613,2413,2813,3613,26-0,53
WEGE3WEG ON47,0046,1546,4947,1146,75-0,53
ELET3ELETROBRAS ON42,0841,2341,5642,2041,61-0,55
SMTO3SAO MARTINHO ON21,2920,8121,0921,5121,10-0,57
ENEV3ENEVA ON12,2111,9712,0512,2512,00-0,58
EMBR3EMBRAER ON69,9868,8269,3670,4469,33-0,59
ENGI11ENERGISA UNT41,3340,7541,0241,9140,91-0,70
PETZ3PETZ ON4,204,174,234,304,17-0,71
ITSA4ITAUSA PN9,759,629,689,789,64-0,72
SLCE3SLC AGRICOLA ON18,4818,1518,2918,5518,25-0,92
ITUB4ITAU UNIBANCO PN32,5531,9632,1232,6032,09-1,08
POMO4MARCOPOLO PN7,106,987,057,217,03-1,40
YDUQ3YDUQS PART ON11,8111,4811,6411,9311,57-1,45
MRFG3MARFRIG ON17,6516,8417,1417,8017,31-1,48
HYPE3HYPERA ON20,3019,4519,7920,3919,90-1,53
ABEV3AMBEV S/A ON13,5313,2213,3513,5313,38-1,62
TOTS3TOTVS ON33,9032,8433,0733,9033,11-1,87
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BEEF3MINERVA ON6,065,765,846,075,79-3,18
AMOB3AUTOMOB ON0,270,250,260,270,25-7,41

Fonte: Fontes: B3 e Valor PRO | Elaboração: Valor Data

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