Os microempreendedores individuais (MEI), as microempresas (ME) e as empresas de pequeno porte (EPP), devem ficar atentos para não serem excluídos de ofício do Simples Nacional, por motivo de inadimplência.
Notícia
'Sistema tributário é uma bola de ferro no pé do empreendedor'
Para o vice-presidente eleito, Hamilton Mourão, a ideia é simplificar e, num segundo momento, reduzir alíquotas "para que todos entrem na base de pagamento"
01/01/1970 00:00:00
Ao expor a empresários do setor de infraestrutura os fundamentos econômicos que nortearão a política do presidente eleito, Jair Bolsonaro, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, afirmou que o sistema tributário é uma "bola de ferro amarrada no pé de cada empreendedor". A ideia é simplificar e, num segundo momento, reduzir alíquotas "de modo que todos entrem na base de pagamento", disse.
Outro princípio é o do equilíbrio fiscal. "Temos de gastar o que arrecadamos", afirmou. "Estamos fechando o quinto ano no vermelho." Para ele, essa diretriz coloca para o governo o dilema "canhão ou manteiga", ou seja, ter uma Força Armada potente ou atender a população. "O governo tem de saber selecionar isso", disse. A abertura comercial virá. Porém, "lenta, gradual e segura".
Para o vice-presidente, a economia brasileira precisa primeiro se recuperar para depois se expor ao mundo. "Investimentos estrangeiros são bem-vindos, mas desde que sejam capital de risco", disse ele, frisando as duas últimas palavras. "Não queremos empréstimo puro e simples", afirmou. "Esse filme a gente já viu e sabe que não dá certo."
A política econômica vai se pautar também pelo plano de "privatizar o que pode ser privatizado" e "desregular o País, libertar o animal". Para ele, o excesso de regulação dificulta o empreendedorismo e tolhe a sua capacidade de progredir. O general listou ainda a aceleração nos processos de registro de propriedade intelectual.
Pelo lado do governo, Mourão afirmou que se buscam "novos padrões de governança", com uso de tecnologias digitais, estabelecimento de metas, monitoramento. Ele mencionou ainda a comunicação de governo, com uso das redes sociais, para explicar à sociedade o que o governo está fazendo. "O presidente é mestre nisso", comentou.
Outro fundamento são as relações baseadas na confiança e no contrato. "Não vai haver confiança se não há um bom ambiente de negócio e não há segurança jurídica", afirmou. Sem isso, avaliou, "ninguém vai investir."
LEI NÃO PODE SER FARDO
O vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, disse nesta quinta-feira, 29, que os órgãos de controle não devem usar a legislação como um fardo sobre as costas do empreendedor. A afirmação foi feita em evento do setor de infraestrutura, ao ser questionado sobre a insegurança jurídica com que operam as empresas do setor.
Segundo Mourão, a ideia é atuar em duas frentes. A primeira é "enxugar" a legislação, para que ela fique "factível e entendível por todo mundo". E outra, dialogar com as instituições que atuam no controle para que elas entendam a nova dinâmica. "Se vamos ficar peleando uns contra os outros, não vamos chegar a lugar nenhum", afirmou.
O general contou à plateia que se reuniu na quarta-feira com o futuro presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio, e pediu que o tribunal seja "proativo e não reativo". Ou seja, que as obras problemáticas sejam barradas antes de seu início, e não durante a execução.
Mourão sinalizou com a criação de um mecanismo que corrija o valor das obras conforme a variação do dólar. Isso ajudaria a evitar a variação do custo dos empreendimentos. "Talvez fosse o caso de estudar um dólar médio", disse ele, num evento do setor de infraestrutura. "Se o custo subir, tem de ser compensado pelo governo.
Se descer, a empresa tem um lucro ainda mais assegurado". Segundo o general, trata-se de uma ideia em estudo, levada pelo futuro ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
Outra mudança em estudo, disse Mourão, é a obrigatoriedade de prever, em todos os contratos de construção, o serviço da manutenção.
Mourão disse ter sido informado da existência de 25 projetos de concessão em infraestrutura que serão deixados prontos pela atual equipe de governo. São empreendimentos no setor elétrico, portos, ferrovias e trechos de rodovias. "Considero correto", comentou.
O setor de infraestrutura do País está parado, avaliou o general. "As últimas obras são do período militar e as estruturas começam a ruir". Houve ainda, segundo ele, um erro no passado, que foi priorizar o transporte rodoviário, sem desenvolver outros modais. "É algo que a futura equipe de governo pretende corrigir."
Mourão elogiou Freitas e afirmou que ele está capacitado a tomar as medidas necessárias para "dar um start e as empresas terem o que fazer".
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