Responsáveis pelos menores juros do mercado, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal estão entre as instituições que mais elevaram as taxas cobradas desde abril, quando o Banco Central iniciou o aumento da Selic, taxa básica da economia.
"Como a Caixa e o BB já trabalham com margens apertadas, não têm como não repassar o aumento de custos e as perdas. Para mantê-los, teria que ampliar ainda mais o volume de empréstimos", disse Luis Miguel Santacreu, analista da Austin Ratings.
Os bancos públicos, no entanto, já vêm crescendo acima do mercado. Na Caixa, as operações de crédito sobem 40% ao ano, enquanto no BB o ritmo é de 21%. Nos bancos privados, a alta é de 12%.
Os maiores reajustes registrados, segundo levantamento da Folha, foram em segmentos em que os bancos públicos mais reduziram as taxas desde o ano passado, como o cheque especial.
No BB, os juros do cheque especial saltaram 8,32% (de 5,05% ao mês para 5,47%) de maio até o final de setembro, segundo o Banco Central. A Caixa elevou a taxa em 3,49% (de 4,01% para 4,15%).
Nesse período, a Selic subiu 12,5% -de 0,64% (8% ao ano) para 0,72% (9%). O Itaú subiu os juros em 0,62% (de 8,10% para 8,15%) e o HSBC, em 1,66% (de 9,65% para 9,81%). No Bradesco, houve queda de 1,58% (8,25% para 8,12%). A exceção foi o Santander, que elevou a taxa em 6,37% (de 9,74% para 10,36%).
BB e Caixa dizem que repassaram o aumento de custo de captação. No caso do cheque especial, o BB afirma que se trata de uma linha que o banco pretende desestimular.
Já o Santander diz que a taxa não é cobrada de todos os clientes, porque oferece dez dias de cheque especial sem juros e permite o parcelamento com metade da taxa.
Para Roberto Troster, economista especializado em bancos, a aceleração do aumento de juros nos públicos se deve à busca por clientes melhores pagadores e ao valor menor dos empréstimos. Quanto menor a quantia emprestada e pior a avaliação do cliente, maior a taxa.
"Não dá para crescer tanto indefinidamente. O banco tem duas formas para controlar o crédito: taxa ou aprovação. Chegou a hora deles reavaliarem a trajetória", disse.
O levantamento da Folha foi feito com dados do BC, que faz uma média das taxas cobradas pelos bancos pelo volume emprestado em cinco dias úteis. Considerou as taxas da última semana de cada mês em quatro linhas para pessoa física -veículos, crédito pessoal (menos o consignado) e cheque especial- e pessoa jurídica (capital de giro, menos de 365 dias).
O levantamento mostrou ainda que, apesar da alta da Selic, bancos privados seguiram reduzindo os juros do crédito imobiliário. O Santander reduziu de 0,70% para 0,68% mais TR de janeiro a setembro, o Itaú, de 0,83% para 0,78%, o Bradesco, de 0,74% para 0,69%, e o HSBC, de 0,74% para 0,68%.
A Caixa, que tem mais de 70% do crédito imobiliário, manteve a taxa média de 0,46% a 0,47% mais TR.
| 24.set a 30.set | 26.ago a 30.ago | 25.jul a 31.jul | 25.jun a 1.jul | 24.mai a 31.mai | 24.abr a 2.mai | 25.mar a 1.abr | 22.fev a 28.fev | 24.jan a 30.jan |
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Cheque especial, em % ao mês | | | | | | | | | |
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Caixa | 4,15 | 4,04 | 4,03 | 4,03 | 4,01 | 4,01 | 4,03 | 4,03 | 4,02 |
BB | 5,47 | 5,3 | 5,26 | 5,18 | 5,05 | 4,98 | 5,02 | 5 | 5,01 |
Itaú | 8,15 | 8,13 | 7,94 | 7,93 | 8,1 | 7,9 | 7,91 | 7,89 | 7,99 |
Bradesco | 8,12 | 8,11 | 8,13 | 8,14 | 8,25 | 8,29 | 8,21 | 8,35 | 8,32 |
Santander | 10,36 | 9,95 | 9,83 | 9,81 | 9,74 | 9,73 | 9,81 | 9,81 | 9,75 |
HSBC | 9,81 | 9,7 | 9,68 | 9,72 | 9,65 | 9,64 | 9,41 | 9,43 | 9,41 |
Crédito imobiliário, em % ao mês mais TR | | | | | | | | | |
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Caixa | 0,47 | 0,47 | 0,46 | 0,47 | 0,47 | 0,47 | 0,46 | 0,46 | 0,46 |
BB | 0,57 | 0,57 | 0,59 | 0,61 | 0,61 | 0,6 | 0,62 | 0,6 | 0,63 |
Itaú | 0,78 | 0,78 | 0,79 | 0,78 | 0,79 | 0,81 | 0,76 | 0,76 | 0,83 |
Bradesco | 0,69 | 0,69 | 0,69 | 0,69 | 0,7 | 0,71 | 0,73 | 0,73 | 0,74 |
Santander | 0,68 | 0,68 | 0,68 | 0,68 | 0,69 | 0,69 | 0,69 | 0,69 | 0,7 |
HSBC | 0,68 | 0,68 | 0,68 | 0,68 | 0,69 | 0,7 | 0,71 | 0,73 | 0,74 |
Crédito ao Consumidor (sem consignado), em % ao mês | | | | | | | | | |
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Caixa | 3,02 | 3,05 | 3,08 | 3,05 | 3,08 | 3,04 | 3,05 | 3,26 | 3,26 |
BB | 3 | 3,09 | 3,14 | 3,04 | 2,97 | 2,88 | 2,94 | 1,74 | 2,86 |
Itaú | 4,39 | 4,15 | 4,3 | 4,24 | 4,25 | 4,01 | 3,97 | 4,03 | 4,11 |
Bradesco | 4,64 | 4,49 | 4,72 | 4,23 | 4,34 | 4,44 | 4,86 | 4,8 | 4,76 |
Santander | 3,97 | 4,07 | 4,01 | 3,96 | 3,84 | 3,66 | 4,02 | 3,98 | 4,06 |
HSBC | 4,48 | 4,44 | 4,41 | 4,45 | 4,59 | 4,51 | 4,58 | 4,34 | 4,46 |
Veículos, em % ao mês | | | | | voltarDia do Contador: 7 áreas para quem quer trabalhar com contabilidadeDesde auditoria e controladoria a compliance, cada cargo exige diferentes habilidades, que devem incluir capacidade de adaptação às tecnologias e regulamentações do mercado É MEI? Não esqueça de pagar o DAS até sexta-feira (20)Quitação mensal do Documento de Arrecadação do Simples Nacional é obrigatória para o microempreendedor individual Gov.br tem novo dia de instabilidade, Serpro tenta corrigir e governo investigaGestão informa que está atuando para solucionar o problema CNC destaca aprovação pelo Senado Federal do programa de crédito para microempresas e MEIsProjeto facilita acesso ao crédito e inclui medidas voltadas a sustentabilidade e renegociação de dívidas Bitcoin e a legislação brasileira: o que os contadores precisam saberEm todo território nacional, comercializar Bitcoins e outras criptomoedas é perfeitamente legal, desde que obedeça às leis do país. Hoje vamos falar sobre algumas dessas diretrizes para os contadores. Dona de casa pode ser contribuinte facultativa do INSSINSS oferece três opções de alíquotas diferenciadas para quem é do Lar Receita atualiza regras da e-Financeira e amplia obrigatoriedade para novas entidadesMudanças incluem substituição da Decred, descontinuada a partir de janeiro de 2025. Empresas terão mais prazo para realizar suas compensações tributáriasO entendimento que se consolida representa expressiva vitória para os contribuintes na interpretação da legislação de compensação tributária e demonstra a essencialidade do apoio de uma equipe jurídica para o assessoramento das empresas. TST vai discutir implicações de mudança de regime celetista para estatutário antes da ConstituiçãoA matéria será submetida ao Pleno para fixação de tese a ser aplicada a todos os casos semelhantes Dia do FGTS: lideranças discutem sustentabilidade do FundoEvento, com a participação do ministro em exercício Chico Macena, discutiu o FGTS e suas aplicações no setor habitacional, com foco no fim do Saque-Aniversário, que tem impactos negativos nos financiamentos ao afetar as reservas do Fundo Brasileiros que trabalham no exterior recebem benefícios previdenciários?Sem assistência do sindicato, pedido de demissão de gestante é anuladoTrabalhadora terá direito a indenização pela estabilidade provisória Governo regulamenta regras para os Relatórios de Transparência SalarialConflitos no trabalho: como superar mágoas e restaurar a harmonia no ambiente corporativoConflitos no trabalho são comuns, mas quando eles escalam a ponto de colocar em risco a produtividade e o bem-estar da equipe, é hora de agir. 5 atitudes que podem levar o seu negócio à ruínaEm um cenário em que vemos um “boom” no empreendedorismo, quase 50% das empresas fecham três anos após sua abertura, conforme apontado pelo IBGE em 2023 Entre as ações de ESG, recursos hídricos e uso do solo recebem menos atenção nas empresasPesquisa do IBGE aponta que interesse é maior por iniciativas relacionadas a resíduos sólidos, reciclagem e reuso, seguidos por eficiência energética Seguro-desemprego para empregados domésticos: tudo o que você precisa saberDescubra os requisitos, valores e procedimentos para acessar o benefício oferecido pelo INSS em casos de demissão sem justa causa. Estudo destaca o Brasil como líder em oferta de benefícios na América LatinaSalário é o fator que menos impacta o engajamento dos colaboradores, revela Pesquisa da Betterfly. Recuperação de ICMS ST para empresas do Simples Nacional: como reaver valores via judicialEmpresas do Simples Nacional podem reaver ICMS ST pago indevidamente via judicial. Identifique valores pagos a mais, reúna documentos e ajuíze ação para recuperação. Pessoas de 40 e 69 anos são 35,3% dos brasileiros empregadosAs três faixas que concentraram o aumento de vagas preenchidas foram as de 40 a 49 anos (alta de 0,5%), de 50 a 59 (0,4%) e de 60 anos (0,3%) |
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